XII
No lago mais profundo repousa a jóia do bosque.
é esta a última palavra
[do coração dos bosques pag. 97]
Maria Azenha
Maria Azenha
II
Olhou o pão na mesa e deixou cair
as mãos como sementes
para que tudo crescesse a partir
do chão
olhou o mar
e viu as lágrimas
das trevas
iluminadas pelo firmamento
depois sentiu que se fechasse os olhos
por um pequeno instante
tudo voltaria ao caos
as mães têm as mãos grandes
[das clareiras dos bosques pag. 73]
VIII
O poeta sabe como Deus transbordou do escuro
e nasceu de uma nuvem de solidão e exílio
[como respirou e dormiu
e estendeu os braços ao longo dos rios]
com árvores e ombros
e mãos para lavrar o azul
partiu-se
em mil bocados.
que neles ninguém se fira
[das sombras dos bosques pag. 63]
Maria Azenha